O "Abraço à Vela" começa com a ida de três amigos do Brasil até Angola, em Dezembro de 2005. No mar, a amizade, os Abraços, perduram e agora o Mussulo II sairá de Cabo Verde para o Brasil. Outra ligação entre povos que estão ligados desde os princípios das suas histórias! Bons ventos!
domingo, setembro 23, 2007
Entrevista na televisão portuguesa
No dia 19 de setembro o tio Chico foi entrevistado pela Fátima Lopes (SIC - Portugal). Aqui está o grande momento para quem não conseguiu assistir ao programa.
http://www.youtube.com/watch?v=AKppMrTyjOs
http://www.youtube.com/watch?v=AKppMrTyjOs
quarta-feira, setembro 05, 2007
Mais um pouco do livro
Dia 06/Jan
O rádio cada vez pior, se possível isso fosse, não permitindo saber se ao menos as coordenadas do meio dia tinham sido entendidas. Já não se conseguia transmitir nada. Tão logo o rádio dava sinais de recuperar tentava-se emitir somente: - Amanhã à tarde Mussulo. Mas nem isso se captou!
Ao meio dia do dia 6, motor desligado, quase 8 nós, vento de través soprando de SSW, céu limpo, mar com ondulação dengosa, uma beleza. Todos de tronco nu, até o Tio pela primeira vez, mas abrigado, à sombra, sem o chapéu que percorrera 4.000 milhas.
À noite o vento bom manteve-se até tarde, do mesmo quadrante e assim que caiu voltou o motor. Não se podia perder nem mais um instante!
As comunicações pelo rádio praticamente impossíveis. Mal se informava que o destino era o Mussulo e não Luanda, assim mesmo mal compreendidos pelos interlocutores.
Durante este trajeto ninguém quis saber de soltar uma isca-amostra para pegar peixe que, certamente naquela rica costa, não faltaria. O que todos queriam, muito, era chegar logo ao Mussulo! O próprio “Mussulo” resfolgava ao vento ou na falta deste a motor.
O rádio cada vez pior, se possível isso fosse, não permitindo saber se ao menos as coordenadas do meio dia tinham sido entendidas. Já não se conseguia transmitir nada. Tão logo o rádio dava sinais de recuperar tentava-se emitir somente: - Amanhã à tarde Mussulo. Mas nem isso se captou!
Ao meio dia do dia 6, motor desligado, quase 8 nós, vento de través soprando de SSW, céu limpo, mar com ondulação dengosa, uma beleza. Todos de tronco nu, até o Tio pela primeira vez, mas abrigado, à sombra, sem o chapéu que percorrera 4.000 milhas.
À noite o vento bom manteve-se até tarde, do mesmo quadrante e assim que caiu voltou o motor. Não se podia perder nem mais um instante!
As comunicações pelo rádio praticamente impossíveis. Mal se informava que o destino era o Mussulo e não Luanda, assim mesmo mal compreendidos pelos interlocutores.
Durante este trajeto ninguém quis saber de soltar uma isca-amostra para pegar peixe que, certamente naquela rica costa, não faltaria. O que todos queriam, muito, era chegar logo ao Mussulo! O próprio “Mussulo” resfolgava ao vento ou na falta deste a motor.
Não esqueçam: o lançamento do livro "Um abraço à Vela", em Portugal, será no dia 22 de Setembro, a partir das 18h00, no Club Naval em Cascais.
Em Luanda está previsto para 22 de Novembro no Club Naval de Luanda
sábado, setembro 01, 2007
Mais uma passagem do livro
Dia 27/Dez
06h30 com vento de 15 a 20 nós não passamos dos 4! Só no grande! E ainda nos faltam 815 milhas para o Namibe. Ao meio dia o ponto dava-nos uma miserável singradura de 86 milhas!!!
Depois um “quase motim” o Comandante concordou em se usarem manilhas, mosquetões ou o que se encontrasse a bordo disponível para envergar a genoa. Usámos até dois mosquetões de bolsa de viagem que, coitados, ao primeiro puxão de vento sumiram. Os amarrilhos cada vez que subiam e desciam na adriça em aço do ginneker, a fazer de estai, cortavam-se quase todos. Mais algumas horas a improvisar este novo “sistema”, subiu-se definitivamente a genoa às 12h00. E nunca mais se romperam os amarrilhos nem a genoa deixou de nos ajudar com alguns bons nós a mais de andamento!
De manhã progredíamos a 4 nós e agora, com a genoa, entre 7,5 e 8,3! À noite mantinha-se o andamento, a nossa posição era 20° 53’S e 00° 36 W, rumo 55-60° com vento de 18 nós SE, galgamos o que nos falta do oceano, a 7 - 7,5 nós! Estamos quase a passar para Oriente de Greenwhich!
Contatámos com o Victor Reis, o rádio amador do Namibe, e ainda com o Almeida e o Pinto de Johannesburg, que nos informaram que o João Costa anda à procura da peça do piloto automático e que vai, de certeza resolver o assunto.
06h30 com vento de 15 a 20 nós não passamos dos 4! Só no grande! E ainda nos faltam 815 milhas para o Namibe. Ao meio dia o ponto dava-nos uma miserável singradura de 86 milhas!!!
Depois um “quase motim” o Comandante concordou em se usarem manilhas, mosquetões ou o que se encontrasse a bordo disponível para envergar a genoa. Usámos até dois mosquetões de bolsa de viagem que, coitados, ao primeiro puxão de vento sumiram. Os amarrilhos cada vez que subiam e desciam na adriça em aço do ginneker, a fazer de estai, cortavam-se quase todos. Mais algumas horas a improvisar este novo “sistema”, subiu-se definitivamente a genoa às 12h00. E nunca mais se romperam os amarrilhos nem a genoa deixou de nos ajudar com alguns bons nós a mais de andamento!
De manhã progredíamos a 4 nós e agora, com a genoa, entre 7,5 e 8,3! À noite mantinha-se o andamento, a nossa posição era 20° 53’S e 00° 36 W, rumo 55-60° com vento de 18 nós SE, galgamos o que nos falta do oceano, a 7 - 7,5 nós! Estamos quase a passar para Oriente de Greenwhich!
Contatámos com o Victor Reis, o rádio amador do Namibe, e ainda com o Almeida e o Pinto de Johannesburg, que nos informaram que o João Costa anda à procura da peça do piloto automático e que vai, de certeza resolver o assunto.
Como vêem o lançamento, em Portugal será no dia 22 de Setembro, a partir das 18 horas, no Club Naval de Cascais, cuja Direção tão amavelmente acedeu a que utilizássemos as suas instalações, e a quem, uma vez mais agradecemos.
Em Angola está previsto que o mesmo será feito a 22 de Novembro, e no Club Naval de Luanda, que acolheu o "Mussulo" na sua chegada a Luanda