quarta-feira, junho 01, 2011


Mussulo I

a seguir Mussulo II

e não tarda aí o

Mussulo III


Velejador é assim mesmo. Faz parte do habitual quadro clínico da “doença da vela e do mar”, o querer trocar o “atual” barco por um outro, ou maior, ou mais rápido, ou mais oceânico, ou com menor calado para visitar regiões de corais, ou... mais adaptado para a vela em solitário! Mas o trocar, para quem sonha (e pode!) é doença incurável.

São as yaras nos rios ou as nereíades no mar, as lindas sereias que povoam o imaginário do homem do mar que tanto as ama e deseja, como as respeita, e mulheres que são acabam sempre por vencer.

Não adianta encher os ouvidos com cera, porque o seu canto está nos corações dos aventureiros.

Zé Guilherme nasceu com essa doença... incurável, pelos vistos! Após o final da 1ª série de barcos desde monotipos até ao veleiro de 36’, começou uma nova era cujo ponto alto foi o “Abraço à Vela” entre o Rio e Luanda, no famoso “Mussulo I”.

Logo a seguir estava metido em regatas: Recife - Fernando de Noronha, as muitas voltas a Ilhabela, a sociedade num 32’ especialmente preparado para as regatas, até que entretanto, há dois anos o “Mussulo I” foi trocado pelo “Mussulo II”, saído de Mindelo, Cabo Verde, para o Brasil, conforme, este nosso blog divulgou.

Vai regressar ao seu ponto de partida o “Mussulo II”. O lindo Bavaria 49’, volta para casa com uma tripulação cheia de raça! Raça de gente do mar.

E lá vem nova troca. O “Mussulo III”. Um maravilhosos Bavaria 55’, com um plus (não o dos tribunais...) com uma aventura muito mais empolgante.

Zé Gulherme vai regressar de Lisboa, nesse “transatântico” Mussulo III, mas em solitário.

De qualquer modo o melhor é leram o comunicado que ele mesmo acabou de fazer (atenção: ele enganou-se no endereço do blog que vai, abaixo, correto):



Aos amigos, colaboradores, colegas e amantes da vela:

Estamos para iniciar mais uma travessia do Atlântico numa época pouco convencional e vimos através desta buscar a vossa amizade e apoio para que a vossa energia possa nos acompanhar e levar tudo a bom termo...
Viver os seus sonhos é alguma coisa considerada utópica pela maioria das pessoas. No entanto esta tripulação diz ao mundo que isto não é verdade, temos de andar na contra-mão da história! Os sonhos podem ser alcançados se investirmos neles.
Nessa perspectiva iniciamos o “ABRAÇO À VELA” em dezembro de 2005 com uma viagem que ligou o Brasil a Angola, num pequeno veleiro de 40 pés - o MUSSULO - e três tripulantes (Francisco Amorim, Matheus Miranda Barbosa e eu), cuja intenção, para mim, era retornar ao país mãe, ao país que me formou e que me deu as maiores alegrias e satisfações. Para um o reencontro com as raízes, para outro o retorno ao país que lhe deu as maiores alegrias e para outro ainda a visão de um novo mundo. Em 31 dias de viagem o Mussulo refez uma rota navegada pela última vez em 1849 por portugueses que revoltados com a política colonizadora no Brasil retiraram-se para Angola e chegaram a Mossâmedes (como se escrevia nessa época), atual Namibe. Provou que o Oceano Atlântico não é uma barreira entre Brasil e Angola, mas sim um meio de interligar os dois países, ou seja, o mar, os rios, são meios de interligar pessoas e não barreiras como muitos pensam. Os portugueses (aqueles do antigamente) pensaram assim e fizeram exatamente isso, usaram as barreiras dos oceanos como aliados e transformaram os mesmos em pontes ou melhor dizendo “vias”de interligação pelo mundo afora. No Google a nossa travessia e o site http://www.abracoavela.blogspot.com/ (este blog) tem mais de 2.750.000 acessos.
Em 2005/2006 levamos a Angola UM ABRAÇO e em 2009 cumprimos a mesma tarefa, mas desta vez de Cabo Verde para o Brasil. Trouxemos o MUSSULO II de Mindelo para o Brasil com uma tripulação predominantemente angolana (Carlos Pereira de Almeida – o Nico, Victor Mestre, Bernardo Guerreiro e eu) e cumprimos mais uma etapa deste projeto que divulga a vela, o espírito de aventura e principalmente divulga a possibilidade de efetivar os seus sonhos e desejos.
Neste novo projeto o próximo “ABRAÇO À VELA” iniciará em 16 de julho de 2011 uma viagem de volta para Cabo Verde com quatro tripulantes (Carlos Pereira de Almeida, Carlos Campos Maia, Carlos Ballarati e eu) e levará o Mussulo II de volta a Mindelo onde ficará à espera de um novo dono que seja digno dele. Devido à época do ano esperamos ter vento contra durante uma boa parte do trajeto, mas teremos a compensação de não ter as calmarias do Equador...
A volta será feita de Lisboa para o Brasil com o novo Mussulo III e a novidade é que a viagem será em solitário, apenas eu! Mais um desafio para comemorar os 50 anos de vida e para rever (apesar dos confortos dos barcos modernos) como foi a odisséia dos nossos antepassados. Pela primeira vez um português de angola fará uma “travessia trans-oceânica” em solitário!!!
Como disse no começo deste texto o apoio de todos é parte do sucesso deste empreendimento, mantenham contato com o site http://www.abracoavela.blogspot.com/ (este mesmo blog) encham de boa energia esta iniciativa e recebam as notícias atualizadas bem como façam os comentários que desejarem.
Abraços à vela e muita água embaixo da quilha é o que desejamos a todos

J Guilherme Caldas

N. Final: para ficarem com mais inveja vejam também o site: http://www.bavaria-yachtbau.com/en/sailing-yachts/cruiser-55.html
 
01/06/2011

Nenhum comentário: